terça-feira, 18 de novembro de 2014

Lidando com as birras

Não vou negar que essa fase do Vince esta sendo muito complicada... Ele chora todas as vezes que é contrariado, se joga para trás, grita. Típico comportamento da birra. 
A criança começa a fazer birra porque não consegue lidar com o sentimento de frustração. A sensação de querer algo que não pode ter, mesmo que esse "algo" seja colocar o dedo na tomada, escalar a estante da sala, etc...
Lidar com essas situações, nessa fae em que ele esta, é muito cansativo, mas, no fundo, é a mesma coisa que deve ser feita para uma criança mais velha.
O primeiro ponto e mais importante é não ceder! Nunca! Never! Jamais!! 
Como o Vince ainda é um bebê, eu simplesmente coloco ele longe da onde ele quer mexer e pronto. 
A criança mais velha tem que saber, desde o primeiro momento, que aquele não é o caminho, que com a birra ele não vai conseguir o que quer, e ainda terá outras perdas, como ir embora do passeio, se a birra foi fora de casa, por exemplo. 
O segundo ponto é mostrar o quanto você esta triste com a situação provocada pela criança. Com o Vince vai na base da atuação: cara de brava quando falo "não!" e cara de triste depois, quando falo com ele. 
Com a criança mais velha, podemos ser ainda mais convincentes, expressando com palavras o quanto ficamos tristes com a sua atitude. 
Temos sempre que ter em mente que, independente do que a criança diga no momento em que esta nervosa, eles amam os pais e querem a aprovação e orgulho deles por seus atos, então, ouvir da mãe e do pai que o que ele fez os magoou realmente pode influenciar em seu comportamento, da próxima vez. 
E por último, eu tento distrair o meu bebê. Como ele ainda não entende o que falamos, eu sempre pego a chupeta ou um brinquedo que ele gosta e o distraio, fazendo com que esqueça a birra. 
Com a criança mais velha, essa é a hora das desculpas. É preciso esperar que a criança venha se desculpar e sempre aceitar as desculpas com um abraço carinhoso, beijos, etc... Enquanto a desculpa não vier, é importante manter o comportamento de "estou triste com você" para que não pareça que você esqueceu o que aconteceu, o que daria uma importância menor ao fato. 
Parece até simples, vendo as coisas escritas aqui, né?! O problema é que é preciso fazer toda essa maratona incontáveis vezes, com o bebê... Chega a ser exaustivo... 
Com a criança mais velha, na maioria das vezes, a birra não é tão frequente, mas é mais intensa, com aquela coisa de se jogar no chão, sapatear, espernear, gritar... Só quem já teve que lidar com uma de verdade, sabe o que estou falando. Mas a atitude dos pais tem que ser sempre a mesma. Mostrar firmeza e decisão. Não é não e ponto. 
Em casa, para tentar sobreviver a essa fase sem me descabelar demais, foi escolher um local seguro pra ficar com o Vince. Escolhi o quarto dele, onde esparramo os brinquedos pelo chão e ele pode engatinhar sem muito risco de se machucar e pode mexer em quase tudo o que diminui muito o número de "nãos" que eu tenho que falar e nós dois acabamos ficando muito mais tranquilos.

 Ter um local seguro em casa, onde você não precise ficar atrás de cada movimento da criança, é uma daquelas pequenas coisas que melhoram muito a sua qualidade de vida com o bebê!
As birras, em maior ou menor grau, sempre irão aparecer, o importante é saber lidar com elas desde o começo. Não adianta gritar ou perder a paciência e o controle na frente da criança, pois isso apenas irá ensiná-la que aquele comportamento é correto, que quando ficamos nervosos, o caminho é gritar, espernear, bater, até conseguir o que quer. A criança é o espelho dos pais, mantenha a calma e o controle diante das situações, que seu filho irá crescer sabendo respeitar as pessoas e as regras. 
Não é fácil, mas vale a pena!! 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A lagarta, o casulo e a borboleta

Hoje eu li de novo aquela frase "nasce um bebe, nasce também uma mãe" e fiquei pensando sobre ela. 
Ela da a sensação de que vc deixou tudo para trás, afinal, nascer significa começar, no caso da mãe, ela esta nascendo naquele momento, junto com o bebe, mas... e a mulher que sempre existiu antes desse bebe nascer? o que aconteceu com ela?
Acredito, muito mais, que vivemos como borboletas. Deixem-me explicar...
Antes do bebe nascer, éramos as lagartas. Crescendo e aprendendo a cuidar de nos mesmas, ganhando responsabilidades, fortalendo corpo e mente para um dia, chegar o momento de cuidar além de si mesma. Cuidar do outro.
Eu e meu marido, na epoca da faculdade, há alguns varios anos atras..

O tempo passa e chega o momento da lagarta entrar no casulo. É a gestação. Nove meses acompanhando as mudanças em nosso corpo, sentindo aquele pequeno ser se desenvolver. Aprendendo, crescendo, amadurecendo como jamais fizemos na vida. Atravessando a maior mudança que pode acontecer na vida de uma mulher.
E essa sou eu no meu casulo de transformação. 

Então, ocorre o nascimento e quando pegamos o nosso bebe nos braços, é uma mistura imensa de sentimentos. Nos sentimos poderosas, como se estivessemos abrindo nossas asas para um novo mundo, mas ao mesmo tempo, ainda inseguras com todas as repercussões que isso tera em nossas vidas. Antes andavamos em terra firme, como lagartas, agora, pertencemos ao céu, com toda sua imensidão, todos os seus misterios, como borboletas.
Mas se olharmos bem de perto, ali entre as asas, o que encontramos? Nada além da boa e velha lagarta. Ou seja, nossa essência, aquela que sempre fomos, aquela que atravessou as dificuldades, que lutou, aprendeu, cresceu e amadureceu ainda esta ali, só esta mais bonita, mais livre, mais madura.
E eu, segurando o pedaço mais colorido da minha vida, quando ele era ainda bem pequenininho.

Então, quando nasce um bebe, não nasce um mãe, não é um começar abrupto, mas sim uma transformação gradual, até abrirem-se as asas dessa mulher, agora mãe - agora borboleta - para todo um céu de novas e maravilhosas experiencias.