sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Visitando um recém-nascido

É realmente incrível como a chegada de um bebezinho muda o astral da família inteira, minha prima Andrea, que é seguidora aqui do blog,  teve seu filhote ontem. O Rafinha nasceu forte e saudável e fez uma mobilização de todo mundo da família, querendo fotos e expressando uma alegria que só mesmo esse momento magico pode proporcionar. 
Então, resolvi aproveitar o nascimento do Rafinha pra fazer um post de dicas de visitas à puerpera e ao recém nascido.
Vamos às dicas:

1) Se sua saude não estiver 100%, não vá. 
Pra mim, essa regra é primordial. Se você (ou qualquer outra pessoa que fosse com você visitar o bebê) estiver tossindo, espirrando, com nariz escorrendo, entupido, mesmo que você ache que seja apenas uma alergia: não vá. Os bebes são muito mais vulneráveis a qualquer tipo de doença, e o que pode ser apenas um resfriadinho de nada em um adulto ou em uma criança mais velha pode virar uma pneumonia num bebe recém -nascido. Lembre-se, você vai poder conhecer o bebe depois que melhorar!

2) Não de conselhos.
Eu não disse palpites por que achei que poderia ficar muito rude, mas a ideia é bem essa mesmo! O momento do nascimento, os primeiros dias com o bebe, são períodos de muita insegurança para a mãe. Não vai ajudar em nada você ficar dizendo o que a sua prima, tia, vizinha, amiga ou até mesmo o que você fez nesses dias. Sempre que perceber que a mamãe esta insegura, aconselhe a conversar com um profissional da área. Fale que a insegurança é normal, que todo mundo se sente assim e que ela não deve ter vergonha de perguntar nada no dia da consulta é muito mais válido do que correr o risco de dar algum conselho que não se aplique naquele momento. 
Outro ponto importante é não desanimar a mãe. Se ela comentar que o bebe tem ficado a noite inteira acordado mamando, em nada vai ajudar você dizer: então se prepara que você não vai dormir pelos próximos dois anos! Que tal, ao invés disso, você dizer: mas olha como ele esta grandão! É o seu leite que esta fazendo isso por ele! Você esta sendo uma ótima mãe! Parabéns! 
Com certeza, você vai ter contribuído muito mais!!

3) A higiene pessoal de quem visita o bebe deve ser 100%. 
Você esta chegando da rua, nem prestou atenção aonde colocou as mãos e quer ir pegando o bebezinho? Não pode. Sempre que entrar na casa de alguem que acabou de ter um nenezinho, peça para lavar as mãos. A mãe já vai ficar bem mais segura, caso você faça um carinho no bebe. 
Bebes são muito sensiveis, então, vale aquelas regrinhas básicas de não usar nada que tenha odor muito forte, como cremes, perfumes, etc.
NÂO FUME. Ah, essa é fundamental. Acho que ninguém fumaria durante uma visita a uma recém nascido, mas tem que se lembrar de não fumar nem antes de ir. Se você é fumante inveterado, planeje bem a sua visita. Fume seu cigarro, depois escove os dentes, lave bem o rosto e as mãos e troque de roupa, pelo menos a blusa, pois assim você estará diminuindo as chances do bebe entrar em contato com os poluentes presentes no cigarro. E, de quebra, se você for um parente próximo do bebe, como um avô, uma avó, uma tia, vai te ajudar a parar de fumar! 

4) Cuidado com as fotos.
Ao tirar fotos, não use flash, por que a luz forte incomoda o bebe e pode desperta-lo se estiver dormindo, o que vai atrapalhar a rotina dele e da família. 
Não poste fotos do bebe em redes sociais sem solicitar para a mãe antes e principalmente se a mãe não usar esse tipo de mídia. Se a mãe não tem conta no facebook, provavelmente é porque ela não gosta desse tipo de exposição, então, não poste uma foto do filho dela, principalmente sem autorização. 

5) Não atrapalhe a rotina do bebe.
Nesses primeiros dias, os pais estão se esforçando para "ensinar" ao bebe o que é dia e o que é noite, estão tentando que ele não se acostume no colo, etc... Então, se o bebe estiver dormindo, não fique cutucando o bebe, pegando na mãozinha, fazendo carinho na cabeça. Bebe é para olhar. quanto mais mexe, mais atrapalha a rotina dele. Depois que ele ficar maiorzinho, teremos todo tempo do mundo pra pegar no colo.

6) Dê privacidade.
No momento dos cuidados com o bebe, deixe que a mãe tome conta sozinha, a não ser que ela te chame, peça sua companhia. Muitas mães ainda estão inseguras com os cuidados com o bebe e podem ficar ainda mais constrangidas se tem alguém observando, principalmente se essa pessoa começa a "tentar ajudar", dizendo como ela deve fazer pra trocar as fraldas, como deve passar a pomada, como deve segurar o bebe. Mãe e bebe precisam de um tempo para se entender. Respeite.
No momento da amamentação. Esse é um momento muito delicado. As mamas estão volumosas e doloridas, o bebe tem dificuldade para pegar, a mãe esta estressada com o leite que não desce... São muitos os fatores que podem interferir na amamentação, então, é um momento que a mãe e o bebe precisam de sossego. Nessa hora, o melhor que você pode fazer para ajudar é dar espaço para mãe e bebe se conhecerem, sozinhos. 

7) Seja breve.
Os primeiros dias com o bebe podem ser muito exaustivos, então, não prolongue sua visita. Esse definitivamente nao é o momento de colocar o papo em dia. Lembre-se que as noites na casa do bebe recém nascido estão sendo muito complicadas, pai e mãe tem dormido pouco, e estão cansados. O momento que o bebe dorme, não é a hora de ficar horas batendo papo, é hora de todos descansarem também. 

8) Ofereça ajuda e efetivamente ajude.
Quando for visitar o bebe, seja sincero ao perguntar no que pode ajudar e pense em tudo o que você pode efetivamente ajudar. Que tal ligar antes de ir e perguntar se eles precisam que você aproveite e leve alguma coisa? As vezes, eles teriam que sair só pra comprar um pacotinho de algodão. Você pode ajudar! 
Se te ofereceram um cafezinho, que tal ajudar a tirar a mesa, e ainda lavar sua xicara? Alguem vai ter que fazer isso depois que você for embora.

9) Agende a visita
Parece brincadeira, né?! Como se o bebe tivesse muitos compromissos!! Na verdade, o importante é saber o melhor momento para ir, e nunca chegar de surpresa!! 
Vai ser muito mais tranquila e agradável a sua visita se os pais do bebe puderem se preparar antes e assim evitar que você chegue no meio do banho, da amamentação, ou em qualquer outro momento delicado. 

Mas, acima de tudo isso, quando for visitar um recém-nascido, lembre-se que cuidar do bebezinho, amamentar, dormir muito mal e muito pouco, manter-se alerta e preocupada 24h por dia, tudo isso pode ser extremanete exaustivo, então, aproveite para levar alegria, incentivo e apoio. Presentes são uma gentileza, mas não são indispensáveis. Pequenas ações de carinho, como pegar um copo de água quando a mãe estiver amamentando já fazem um bem enorme!


Eu e a minha prima Andrea poucos dias antes do Vince nascer! Mal sabia ela que seria a próxima!! Rsss



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Quando a saude do pequeno não vai bem

Desde que nos mudamos para São Paulo, a saude do Vince não anda 100%, ele sempre esta com alguma coisa. Tem uma tosse, as vezes seca, as vezes carregada, que o acompanha há meses... Mãe pediatra, sabe como é, né?! Sempre pensa que não deve ser nada, é o clima seco, é uma virose, é a escolinha, mas nunca é nada de mais... Fui dando um xaropinho aqui, outro ali... uma inalação hoje, outra amanhã... mas nada de melhorar de vez.

Então, começou a dermatite. O Vince sempre teve a pele complicada, já apresentou as primeiras brotoejas nas bochechas, logo na maternidade e sempre com dermatite de contato nas dobrinhas e era uma pomadinha aqui, um creminho ali... melhorava por um tempo, mas não desaparecia...


E tem também o refluxo dele, que apareceu antes de completar um mês de vida e, apesar das medicações e do uso do leite anti-refluxo, só melhorou quando engrossamos o leite com mucilon, aos 6 meses ( engrossamos o leite AR!)
Então, eu comecei a juntar todas os sintomas... mas não tinha coragem de mudar o leite do Vince para fazer o teste... Agora que ele estava engordando com o mucilon, que estava adorando a mamadeira e mamando super bem? Mas chegou um ponto que não dava mais pra ficar só tratando os sintomas... a tosse piorou, a dermatite piorou e eu finalmente saí atras de ajuda.
Dizem que santo de casa não faz milagre e vou confessar que não é, realmente, a mesma coisa, você tentar ser a pediatra e a mãe do seu bebe... então, fui eu para o consultorio de um colega.
Comecei contando toda a historia do Vince, quando eu terminei, ele olhou pra mim e disse: do jeito que você colocou a evolução da historia, você já fez a suspeita de APLV, não é mesmo?!
Eu apenas sorri em afirmação. Há muito tempo que eu fiz essa suspeita, mas faltou pulso. Faltou coragem. Faltou ser mais pediatra do que mãe...
E então, foi. Mudamos o leite e estamos em adaptação, eu e ele. E acaba sendo um sofrimento para toda família... e é muito interessante olhar as coisas pelo outro lado. Quantos bebes passaram pelo meu consultorio e eu disse pra mãe: vamos trocar o leite e você volta mês que vem para me contar como ficaram os sintomas. E no mês seguinte a mãe retornava para me contar se a tosse tinha melhorado, as alterações gastro-intestinais, a pele... mas eu nunca parava para pensar nesse hiato de tempo entre a primeira e a segunda consulta. Agora eu estou vivendo ele na pele.
E como é longo e angustiante esse mês!
Cada dia que começa, você pensa que é hoje que os sintomas vão começar a melhorar e cada dia que termina você pensa que vai ser mais uma noite com ele chorando porque o leite novo prendeu o intestino, por que ele tem mais fome porque esta mamando menos, ou que ele vai continuar acordando  a noite toda de tanto que as lesões da pele coçam... e o mês que não passa... meu deus! Só foram 4 dias!!!
Na minha área, quando você é apenas pediatra, você enxerga as coisas por um lado, o lado profissional e quando você se torna mãe, você passa a enxergar as coisas de uma forma mais completa, pois consegue entender os dois lados, o profissional e o maternal.
Mas acima de tudo, é importante frisar que quando algo não esta indo bem, não vale a pena ficar aguardando para ver se vai melhorar sozinho, precisa procurar um pediatra, precisa fazer o que é orientado, mesmo que seja dificil, porque infelizmente, muitas vezes, nós não temos um exame ou remedinho milagroso que resolva o problema de uma hora para outra...
E nesse ínterim, eu me divido entre querer que o diagnostico se confirme, apenas para que ele melhore logo de uma vez, ou querer que os sintomas persistam, para que não seja APLV...E assim vai passando o meu mês de mudanças, com uma dose extra de paciência nas noites mal-dormidas, uma dose extra de muito amor e carinho para enfrentar as dificuldades enfrentadas pelo meu pequeno e uma dose mega extra para enfrentar os dias que passam tão lentamente.


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Estou fazendo tudo errado :(

Hoje, eu vou fazer um post dedicado a uma mãezinha aqui do Blog que vive colocando essa frase nos comentários: eu fiz tudo errado. E sempre vem acompanhado de uma carinha de triste :(
Onde esta o erro em dar colo quando seu filho chora? De deixar dormir nos seus braços, rodeado de amor e segurança? É errado amar demais?
Não. Com certeza, não. O erro pode estar em essa não ser a rotina que você gostaria de estar inserida. 
Não é errado que você deixe o seu filho dormir no seu colo, ou deixe ele mamar no seu peito a noite toda, desde que isso seja prazeroso pra você e não um martírio, não uma realidade da qual você esta cansada e infeliz. 
Quando você esta infeliz com a situação que esta vivendo com o seu bebe, o primeiro passo é ver se você não esta em um quadro de depressão pós-parto. 
A depressão pós-parto é uma doença, física, real e orgânica, não é frescura de mãe e nem necessidade de atenção. Precisa ser tratada com medicamentos e acompanhada pelo obstetra e muitas vezes também pelo psiquiatra. Então, o primeiro passo é conversar com o seu médico sobre os sintomas que você esta tendo.
Descartada essa hipótese, esta na hora de melhorar o convívio com o bebe e com você mesma. 
Tudo que você considera que esta fazendo errado, você pode mudar, basta ter muita paciência, persistencia e muito, muito amor. Mudanças de hábitos nunca são fáceis, e são mais complicados em crianças, por que elas não entendem por que antes podiam fazer uma coisa que agora não podem mais. Nas crianças, as mudanças são impostas e isso, por si só, já as torna mais dificeis. 
Quando você for mudar a rotina da criança, comece com uma coisa de cada vez, por exemplo, se você quer que ela deixe de dormir no seu colo e passe a dormir no berço e também quer tirar a chupeta, primeiro ensine a dormir no berço com a chupeta e mais pra frente, tire a chupeta. Nunca tire tudo de uma vez só, vai ser muito mais sofrido, doloroso e difícil e a chance de você desistir no meio do caminho é muito maior. 
Se o problema é dormir na sua cama, primeiro passe para um berço no seu quarto, depois vá para o outro quarto, e assim por diante. É muito menos difícil ( não digo mais fácil, porque nunca é realmente fácil, mas é menos difícil!).
Depois de decidido o que vai ser mudado primeiro, converse com todo mundo que convive com a  criança no horário da mudança, ou seja, com o pai, com os avós, se morarem na mesma casa, etc... A mudança de hábito vai gerar choro, birras, e muitas noites mal dormidas e se todo mundo não tiver a mesma paciência, não vai dar certo. Procure começar a mudança em dias mais tranquilos, como uma sexta-feira ou um dia de feriado, para que o stress gerado não dificulte ainda mais as coisas.
Antes de começar, vá conversando sobre a mudança com a criança, mesmo que ela não compreenda, isso vai ajudar não somente a ela, mas a você a ir percebendo que o dia programado para a mudança esta chegando e que não é uma coisa abrupta que um dia pode e no outro, não pode mais.
Quando chegar o dia, se encha de paciência e amor. Conforte o seu filho com palavras doces e muito carinho. Não dê coisas materiais, dê amor. Se ele não quiser ficar no berço, erguer os bracinhos para você, seja forte, vá fazendo carinho, conversando com ele. É algo assim: ele chorando e você conversando com ele, com a voz calma e cheia de amor. Mas não ceda. Você esta com ele e mostra que o ama, mas a decisão é sua porque você é o adulto e sabe que esta fazendo o melhor para vocês dois. 
Lembre-se de que serão muitos dias difíceis até ele se acostumar a essa nova rotina. Então, prepare-se antes, não faça nada de uma hora para outra.  E perceba se você esta preparada para a mudança, pense nas consequências, imagine a situação e veja se você realmente esta pronta para enfrenta-la, e só dê início se você se sentir pronta, para não desistir no meio do caminho.
Agora, se você não se sentir preparada para mudar a rotina da criança ainda, mude a sua!!! Não se dedique tanto ao que não tem tanta importância! Pense que o mais importante é o seu bem-estar e o do bebe! 
Se a casa não esta impecável, se o almoço não ficou tão farto e variado, se o cachorro não saiu para dar uma voltinha todas as manhãs, qual o problema? Nenhum!!! Durma um pouco, junto com o bebe, deite na sua cama, com uma roupa confortável, feche a janela e durma. Isso faz uma diferença incrível! Tome um banho, mesmo que com a porta aberta para ouvir se o bebe chorar, enquanto ele dorme. Faça uma chapinha ou arrume os cabelos, na outra sonequinha. Passe um baton, um pouco antes do maridão chegar, ou um rimel, um blush, pra dar uma corzinha... Não consegue ficar com os cabelos soltos? não prenda um rabo-de-cavalo todo desgrenhado, faça uma trança, faça um coque bonito. Não coma só besteiras o dia inteiro, compre frutas e deixe a mão, se possível, picadas, para estar sempre fácil quando bater aquela fominha, ou mesmo aquela vontade de beliscar alguma coisa. 
São pequenas mudanças, que exigem um pouco mais de você, mas só de saber que você esta, de novo, cuidando de você mesma, já nos faz sentir muito melhor! 
Depende de você apenas querer mudar ou realmente mudar!  Não é fácil, mas vale a pena. Ser mãe, cuidar do bebe e cuidar de você mesma, tudo vale a pena!!
Boa sorte pra nós!!!!



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

"Esterilizando" o bebê

Hoje vamos falar de um assunto que já me perguntaram varias vezes nos comentários do blog, sobre a esterilização das coisas do bebe.
Vejo muita gente comprando aparelhos de esterilização dos utensílios do bebe, ficando neurotica de verdade com isso, colocando tudo pra esterilizar varias vezes ao dia, sempre que uma chupeta cai no chão, todas as vezes que o bebe mama, etc... 
Eu entendo que isso reflete o sentimento que toda mãe tem de querer proteger seu filho, de não querer q ele entre em contato com nada que possa estar contaminado, pra evitar que ele fique doente, mas temos que pensar direitinho no funcionamento das coisas, pra não entrarmos nessas neuras!!
Eu nunca utilizei nenhum desses aparelhos, então, fui dar uma pesquisada no assunto. Não encontrei nos livros, nem em artigos, sobre a necessidade de esterilização, e, pensando bem, isso faz muito sentido. Vamos entender.
A chupeta do bebê caiu no chão, esta, teoricamente, contaminada, certo? Você vai lá e coloca a chupeta para esterilizar no seu aparelho, ou mesmo na fervura. Acabado o processo, esta tudo estéril e você vai e retira a chupeta da água fervente ou do seu aparelho esterilizador. Pronto. Acabou a esterilidade da chupeta. 
Independente do que você use para retirar a chupeta do processo de esterilização, seja um utensílio próprio, seja suas próprias mãos, nada disso esta estéril.Para manter tudo esterilizado, você teria que utilizar uma luva estéril e estar paramentada como num centro cirúrgico. Ou seja, você esterilizou apenas para contaminar tudo de novo assim que o processo terminou. 
Socorro!!!! Então, estou dando chupeta contaminada para o meu bebe? 
Sim, mas isso não é ruim.
Muito mais importante do que esterilizar tudo é manter tudo limpo. Higienização é diferente de esterilização. Lavar todos os utensílios do bebê, bicos, chupetas, mamadeiras, mordedores, etc é muito importante e deve ser feito diariamente ou sempre que a criança utilizar.
Mas, não podemos ficar neuróticos. O contato com os germes presentes no ambiente é importante para a formação da imunidade do indivíduo. E quanto mais velho fica o bebe, maior é o seu contato com esses germes. Quando ele só fica no colo, é importante lavar bem tudo que cair no chão, afinal, ele ainda não tem contato com esses germes. 

A partir do momento que ele fica sentadinho e você coloca ele no tapete da sua sala, brincando com os brinquedinhos, ele com certeza vai levar a boca alguma coisa que estava no chão. Isso é a evolução natural e é importante para o desenvolvimento neurológico e motor dele. 

E quando engatinhar, vai encontrar um brinquedo sujo embaixo do armario e colocar na boca. E aí, você pensa, do que vale a chupeta"esterilizada"? 
E vamos nos lembrar que nós também temos que estar limpinhos! Mãos lavadas com agua e sabão, sempre! Porque os pequenos adoram colocar a boca na gente! 
Com tudo isso, o que eu quero dizer é que, para mim, esses aparelhos continuam desnecessários. Se tudo estiver sempre limpo com o bom e velho detergente, você estará prevenindo as principais doenças de transmissão fecal-oral. Mas não estará livre de seu bebe pegar uma "virose", pois esses vírus tem outros meios de chegar até o organismo de seu filho, infelizmente.
Os aparelhos de esterilizar, pra mim, são dessas "neuras" de mãe que eu tento evitar. Para mim, agua e sabão continuam sendo a melhor opção.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A verdade que você acredita

É interesante como, com a maternidade, você descobre algumas forças dentro de você que antes você não conhecia e muito menos acreditava ter. 

Acho que você tem uma convicção tão forte de que precisa fazer o correto que não deixa que nada a tire do seu caminho. E é essa convicção que te faz permanecer forte, mesmo quando são contrarios a sua decisão, mesmo quando você não tenha tanto apoio no que decidiu. Se você esta convencida de que aquilo é o correto e que você esta no caminho certo, nada pode te abalar.

Por isso, agora que estou vivenciando a maternidade na pele, acredito muito mais na força de uma orientação firme e segura, para as gestantes e mães. Acredito no poder de decisão de uma mãe diante de tudo que ela acredita ser melhor para o seu filho. 

Frente a tudo que eu aprendi durante minha formação como pediatra, existem algumas verdades (não tudo, admito) que estão arraigadas em mim e eu simplesmente não permito que ninguém faça diferente, nem me deixo abater pelas reações da criança.

Não vou dizer que sempre é fácil, mas acho que, quando você tem confiança de que esta fazendo o correto, você tem força para persistir

Posso dar um exemplo: essa semana, eu fui dar o almoço para o Vince e ele abriu o maior berreiro. Jogava o corpo para trás na cadeirinha, chorava, trancava a boca. 

Eu sou totalmente contra forçar a criança a comer. Não quer comer, não come. Mas também, não vai ganhar mais nada. Ponto. Tirei da cadeirinha e coloquei no tapete com os brinquedinhos. Ele me olhou, parou de fazer birra, mas continuou chorando.

Eu sabia que ele estava com fome, que se eu desse uma mamadeira, ele ficaria feliz da vida e pararia de chorar e pronto, acabou o problema. Mas o que eu teria ensinado pra ele? Que quando ele não quer uma coisa, é só fazer uma birra, que a mamãe dá o que ele quer. Mas eu não dei. Ele tem que aprender que hora do almoço é hora de comer comidinha, não é hora de mamar. Deixei ele chorando no tapetinho, com os brinquedos dele, por mais uns 40 minutos, aí peguei de novo e fui dar novamente o papá. Ele comeu tudo, bonitinho.


Essa é a verdade que eu acredito. Eu estava convencida de que estava fazendo o correto para o meu bebê, ensinando ele que cada coisa tem o seu horário, que a rotina dele é essa e que não se pode fazer apenas o que quer,  na hora que quer. 

Não é fácil ver seu bebezinho de 8meses  chorando de fome. Não é mesmo! Mas a convicção de fazer o correto te dá forças, te dá coragem. 

A minha mãe, não conseguiu nem falar ao telefone comigo, ouvindo ele chorar, sabendo que era choro de fome. Mas quando você esta carregada de sua certeza de mãe, você passa por cima, inclusive das outras pessoas que já teriam cedido aos caprichos do bebê. 

Por isso, hoje, ainda mais do que antes, eu aredito que uma orientação firme, correta, coerente e verdadeira, ajuda muito a mãe a conseguir dar a educação que ela realmente gostaria a seus filhos. 

Então, lembre-se: você tem que confiar no seu pediatra. Não pode escolher um só porque a sua amiga indicou, ou porque ele fala o que você gostaria de ouvir. Educar não é fácil, assim como orientar a educação não é fácil. Se você confiar no que diz o profissional, vai ter convicção para passar por esses momentos dentro da sua casa. 

Boa sorte pra nós! 


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O pai na relação com o bebê.

Com a chegada do dia dos pais, eu pensei em um post sobre o relacionamento pai-filho. Sempre estamos tão focadas no mamãe-bebê, que esquecemos que há outro membro na família...
Fui, então, falar com o meu marido para saber como ele se sentia em relação à paternidade. 
Eu perguntei:
- amor, como vc se sentiu quando descobrimos que eu estava gravida?
 Ele parou, pensou um pouco e me respondeu: 
- surpreso.
Eu olhei para ele espantada:
 - surpreso??? Depois de 2 anos e meio tentando engravidar?? 

Acho que, naquele momento, consegui entender tudo que um pai passa também.
A mãe sente todas as mudanças, percebe o bebê crescendo a partir do crescimento de sua barriga, sente o bebê se mexer, chutar, mas e o pai?? 
Acho que existem duas imagens que se formam na cabeça de um pai, quando descobrem o sexo do bebê. Uma garotinha de marias-chiquinhas, vestida na sua roupinha de balé cor-de-rosa ou um garotinho com as roupas sujas de terra e uma bola de baixo do braço. Ambas as imagens estão muito distantes do bebê que ele recebe em seus braços no momento do nascimento. 

Assim como a mãe vai aprendendo a amar cada dia mais o seu filhote, o pai também passa por esse processo, mas de uma forma diferente, pois a mãe se sente necessária para o bebê. É dela que o bebê precisa, é em seus braços que ele se sente seguro, é seu cheiro que ele reconhece e é dela que provém seu melhor e muitas vezes, único alimento. O pai permanece ali ao lado, conhecendo o bebê, as vezes mais ativo, as vezes mais distante, cada um ao seu modo. 
Por isso, não se pode cobrar por ajuda, cobrar pela atenção do pai ao bebê. Cuidado com o bebê não é como um afazer doméstico onde a mulher muitas vezes pede uma ajuda ao marido, para tirar um pó, ou lavar uma louça. Cuidado com o bebê exige afeto e dedicação. Exige carinho. O carinho, a ligação entre pai e filho esta se formando e cada pai tem o seu tempo para firmar esse vínculo. É importante que a mãe também respeite o tempo do pai. Quando algo é feito por obrigação ou cobrança, não é feito com carinho e pode atrapalhar no desenvolvimento do tão importante e tão delicado vínculo pai-filho. 
Com o tempo, o próprio pai vai se sentindo cada vez mais à vontade com o bebê, o afeto cresce, e a dedicação aos cuidados com o bebê cresce com ele.
Cada pai expressa o amor pelo filho a seu modo, o importante é ter tempo e espaço para desenvolver e expressar esse amor. A mãe tem que deixar que isso aconteça naturalmente, não forçando, mas também, não inibindo. Quando o pai quiser desenvolver uma atividade ou um cuidado com o bebê, mesmo que você, como mãe, saiba que você realizaria a mesma tarefa, com mais agilidade ou até mesmo, que você imagine que entende melhor o jeito do bebê, como ele gosta que seja feito tal cuidado, dê espaço. Deixe que o pai faça, do jeito dele, apoiando a construção do afeto e da ligação entre o pai e o bebê. 

Com tempo e paciencia se constroi uma relação harmoniosa entre todos os membros da familia, o que é fundamental para o desenvolvimento da criança e como ela será preparada para a vida. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A difícil arte de ver o tempo passar

Hoje, depois de comer seu mingauzinho, coloquei meu bebê sentado no sofá ao meu lado, e ele deitou, pegou seu brinquedo de morder favorito e se ajeitou para assistir o desenho. Eu olhei para aquela cena tanto maravilhada, quanto com um aperto no coração. Ele não parecia um bebê, mas sim, uma criança. E foi quando eu me dei conta do quanto o tempo já passou. 

Acho que em nenhuma outra época da vida de uma mulher, ela se dá conta de uma forma tão verdadeira, tão nítida, da passagem do tempo, quanto vendo seu filho crescer. E como crescem rápido, meu deus! E nós meio que nos dividimos entre um sentimento de ansiedade de vê-los adquirir suas habilidades, sentar, engatinhar, andar, falar.... Quanto na ansia de segurar o tempo, de prendê-los em nossos braços, num abraço tão forte, tão apertado, que eles não poderiam escapar, não poderiam crescer...

E quando a gente olha para o tempo que já passou, meses, anos, e se pergunta se aproveitou tudo, se não se ocupou demais e deixou o tempo passar, mesmo sabendo que ele não tem volta, parece que podemos ver a culpa e uma pontada de arrependimento brotar na gente. 
Eu me esforço muito pra não deixar esse tipo de sentimento me dominar. Tento fazer o melhor que eu posso a cada minuto e o mais importante, tento me doar para o meu filho, sempre que estou ao seu lado. Me doar me desligando do restante do mundo, me desligando do celular, das preocupações do trabalho, dos afazeres da casa. Quando sento pra brincar com ele, é pra entrar no seu mundo doce, das musiquinhas que falam dos animais e das fantasias, dos chocalhos, dos mordedores, do incentivo a engatinhar, falar, andar. A gente doa tanto de si, tanto de seu tempo para o mundo, pra internet, pro trabalho, que quando estou com o meu pequeno procuro realmente estar ali com ele, no momento dele, respeitando o tempo dele, por completo. 
Essa entrega, além de ser deliciosa, além de me fazer sentir plena como mãe, ainda minimiza toda culpa que possa vir a surgir, o que por si só, já faz tudo valer a pena. 

sábado, 2 de agosto de 2014

Ele no quarto dele e eu tranquila.

Essa fase de transição para o quarto dele, foi um pouco complicada para mim. Ela acabou tendo que ser um pouco forçada, pois alugamos um apartamento em São Paulo, que não cabia um berço no quarto do casal. Então, fomos meio que obrigados a montar o quarto dele. Ele estava com uns 4 meses e meio e eu estava muito animada com a historia de ter meu quarto de volta, mas quando tudo se tornou real, acabou sendo mais dificil do que eu imaginei. 
Não por causa dele, que dormiu super bem desde a primeira noite, mas por mim mesma. 
Deixar o bebê no outro quarto é muito mais dificil do que eu imaginei!! A minha cabeça louca de mãe imaginava todas as piores situações possiveis, eu tinha medo até de chegar no berço e não encontrar mais ele! Totalmente maluca! 
Então, as primeiras semanas foram uma loucura mesmo. Eu verificava a tranca das portas de casa umas 3 vezes antes de dormir, depois, verificava os protetores de berço, se estavam bem fixos e se as amarras não tinham cordões ao alcance das mãozinhas dele. Depois, prendia as cobertas, ajeitava o travesseiro, olhava se não tinha nada embaixo dele, nem no meio das cobertas, finalmente colocava ele pra dormir. E logicamente, levantava um milhão de vezes pra ver se ele estava bem, se as cobertas estavam no lugar certo, etc. 
Ou seja, ele dormia a noite toda e eu voltei a ser um zumbi. 
Acho q foi um pouco mais de um mês nessa rotina, até eu descobrir uma salvação pra minha noite: a babá eletronica com camera!! Foi perfeito! 



Agora, ao invés de eu levantar a noite toda, eu apenas abro o olho, checo a camera e fico tranquila vendo ele dormindo, e posso voltar a dormir, sem sair debaixo das cobertas!!!



Claro que eu ainda levanto algumas vezes, pois tem horas q a imagem da camera fica confusa e eu vou no quarto dele dar uma olhada se esta mesmo tudo bem, mas minhas noites melhoraram demais!
Então, eu recomendo muito uma dessas no momento da transição para o quartinho dele! É um sossego que não tem preço!!!