quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A lagarta, o casulo e a borboleta

Hoje eu li de novo aquela frase "nasce um bebe, nasce também uma mãe" e fiquei pensando sobre ela. 
Ela da a sensação de que vc deixou tudo para trás, afinal, nascer significa começar, no caso da mãe, ela esta nascendo naquele momento, junto com o bebe, mas... e a mulher que sempre existiu antes desse bebe nascer? o que aconteceu com ela?
Acredito, muito mais, que vivemos como borboletas. Deixem-me explicar...
Antes do bebe nascer, éramos as lagartas. Crescendo e aprendendo a cuidar de nos mesmas, ganhando responsabilidades, fortalendo corpo e mente para um dia, chegar o momento de cuidar além de si mesma. Cuidar do outro.
Eu e meu marido, na epoca da faculdade, há alguns varios anos atras..

O tempo passa e chega o momento da lagarta entrar no casulo. É a gestação. Nove meses acompanhando as mudanças em nosso corpo, sentindo aquele pequeno ser se desenvolver. Aprendendo, crescendo, amadurecendo como jamais fizemos na vida. Atravessando a maior mudança que pode acontecer na vida de uma mulher.
E essa sou eu no meu casulo de transformação. 

Então, ocorre o nascimento e quando pegamos o nosso bebe nos braços, é uma mistura imensa de sentimentos. Nos sentimos poderosas, como se estivessemos abrindo nossas asas para um novo mundo, mas ao mesmo tempo, ainda inseguras com todas as repercussões que isso tera em nossas vidas. Antes andavamos em terra firme, como lagartas, agora, pertencemos ao céu, com toda sua imensidão, todos os seus misterios, como borboletas.
Mas se olharmos bem de perto, ali entre as asas, o que encontramos? Nada além da boa e velha lagarta. Ou seja, nossa essência, aquela que sempre fomos, aquela que atravessou as dificuldades, que lutou, aprendeu, cresceu e amadureceu ainda esta ali, só esta mais bonita, mais livre, mais madura.
E eu, segurando o pedaço mais colorido da minha vida, quando ele era ainda bem pequenininho.

Então, quando nasce um bebe, não nasce um mãe, não é um começar abrupto, mas sim uma transformação gradual, até abrirem-se as asas dessa mulher, agora mãe - agora borboleta - para todo um céu de novas e maravilhosas experiencias. 

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