segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

É preciso atenção às crianças.



Quando eu escolhi fazer pediatria, principalmente quando fui fazer UTI Pediatrica, muita gente me falava que não conseguiria seguir essa área porque teria pena das crianças doentes. Eu não focava na pena, sempre trabalhei com a esperança. As crianças ficam doentes e precisamos trabalhar em prol de curá-las. 
Mas foi enquanto passava meus dias de plantão que eu passei a notar quantas crianças sofriam acidentes, domésticos ou não, mas na maioria das vezes, evitáveis. 
Isso sim, começou a mudar meu comportamento e eu introduzi o tema dos acidentes domésticos nas minhas consultas, relatando os maiores riscos dentro de casa e incluía também a necessidade do uso regular da cadeirinha do carro. 
E assim chegamos ao tema tão importante que consternou tanto essa semana passada. 
Li muitos textos sobre isso, culpando o estresse da vida corrida e cheia de compromissos de hoje em dia, muita gente se solidarizando com a dor desses pais. 
Mal consigo imaginar o tamanho da dor desses pais... Porém, acho imprescindível olhar com seriedade para que esses casos não se repitam, assim como os outros acidentes tão graves quanto. 
É importante manter algo sempre em mente: criança precisa de supervisão. 24h por dia. 
A atenção à criança, ao que ela esta fazendo, onde esta indo, em que esta mexendo, evita a enorme maioria dos acidentes. 
Se você é o responsável pela criança naquele período dedique-se a isso, como você faria se tivesse um trabalho importante pra fazer. Concentre-se na responsabilidade imensa que esta embutida nisso. 
Na minha cabeça, apenas isso- a atenção à criança- seria suficiente pra que mais nenhuma fosse esquecida dentro do carro, mas como temos que imaginar que todos somos passíveis de erros e falhas, minha dica seria que, principalmente quando carregar a criança no carro não fizer parte da sua rotina, deixe algo que você vai precisar no banco de trás junto da cadeirinha, como sua bolsa, carteira ou celular, assim, você não vai esquecer de olhar pra trás antes de sair do carro. 
Não se sentir infalível, não pensar que com você não vai acontecer e fazer algo para evitar que essa situação aconteça com o seu filho, é o primeiro passo para que realmente não aconteça! 



terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O desenvolvimento da fala - com texto da minha querida amiga Simone, fonoaudióloga.

Gente, outro dia uma mãezinha aqui do Blog me pediu pra falar sobre o desenvolvimento da fala do bebe, e eu optei por chamar alguém que realmente entende do assunto, pra falar sobre isso. 

Chamei minha amiga Simone, que é fonoaudióloga, pra explicar pra gente sobre como a fala se desenvolve e como os pais devem agir diante dos filhos pequenos. 

Vamos conferir o que ela escreveu: 


"A FALA 

Você já deve ter ouvido “O filho da fulana começou a falar com tantos anos” ou “Fulaninho é mais novo que o seu e fala tudo certinho”...

Em primeiro lugar, temos sempre que considerar o ritmo de cada criança!

Não é porque o filho do vizinho tem 2 anos e já fala “Eu quero chupeta”, que o seu também precisa falar do mesmo jeito!

O segredo mais importante, em qualquer idade é: SEMPRE DÊ O MODELO CORRETO DA FALA.

Mas sempre mesmo!!! Quando está dando banho, comida, brincando...SEMPRE!!! É bonitinho falar como eles: “bebê quer pepeta”, “bebê quer tete”, “mamãe vai bincarnenê”... Mas não ajuda em nada no processo de aquisição da fala.

Porque é esse o modelo que ele tem! E isso não é a fala correta! E se você continuar repetindo as coisas do jeito dele, provavelmente você será mais uma mãe no consultório fonoaudiológico a espera de um milagre instantâneo! E as coisas não são assim! Mudar hábitos faz-se necessário para o bom desenvolvimento da criança, de modo geral, mas quando essas mudanças dependem, inicialmente, dos pais, temos que ser rigorosos. Pois os pequenos passam grande parte do dia na escola. No tempo contadinho que temos com eles, precisamos ser o melhor de todos os modelos que o cercam, nas atitudes, carinhos, conforto, e principalmente, na fala. É o que você faz, o que você fala que ele vai começar a imitar.

As crianças iniciam sua comunicação com o choro, e vão se aperfeiçoando a medida que percebem que estão sendo compreendidas. Balbuciam, falam um “enrolês” olhando para você como quem diz “entendeu o que falei?”, apontam e esbravejam quando percebem que não são compreendidas também!

Quanto a apontar para as coisas quando querem, o ideal é que os pais, professores ou cuidadores, apesar de sempre entenderem o que a criança está querendo, descrevam oralmente a situação. Por exemplo: A criança olha em cima da mesa e vê um caminhão. Aponta fazendo somhumm”. Não atenda de primeira, pois isso fará com que ela não se esforce para vocalizar o que está querendo. É claro que você já terá entendido o que ela quer, mas pergunte “O que você quer?” Ela vai apontar novamente, aí complete “Ah, você quer o caminhão?” Ela vai fazer uma “carinha de sim”, aí sim você pode completar a ação entregando-a o brinquedo.

Mas isso tem que ser feito sempre. SEMPRE!

Como toda criança em processo de aprendizagem, ela vai precisar de repetição. E as vezes, muitas repetições! Mas não desista! É um esforço que vale a pena, e depende, inicialmente de nós pais, e só! Você vai se orgulhar quando ele fizer a primeira tentativa de falar o que você já repetiu pra ele tantas vezes!

Ah! E jamais faça disso uma exigência do tipo “Se você não falar certo, não vou te dar o caminhão.” Isso só faz com que a criança se afaste das tentativas de comunicação. Fale sempre o correto, pois ouvir já é boa parte do caminho!

E quando devemos procurar uma fono?

Como mãe e fono, sou da opinião que o quanto antes melhor! Alguns pediatras orientam para esperar até uns 5 anos...particularmente, não concordo! Pois existem trocas fonêmicas simples que podem ser adequadas antes dessa idade, apenas orientando a família.

É claro que uma criança de 1 ano e meio, por exemplo vai falar sílabas e aos poucos vai juntando. Uma criança de 2 anos e meio já consegue formar frase, mesmo que com trocas fonêmicas, do tipo “dá bóia” (dá bola). Essas trocas são normais porque as crianças adquirem os pontos articulatórios aos poucos! Mas é importante que não permaneçam muito tempo. Se uma criança de 4 anos disser “dá bóia” para “me dá a bola”, já é preocupante. Pois ela já é capaz de formar frases mais elaboradas e sem trocas na fala. Isso se a família for colaboradora e essas trocas não fizerem parte da rotina dela. Por isso é importante a avaliação fonoaudiológica, pois a profissional vai conseguir mensurar a necessidade de haver a terapia ou apenas orientações esporádicas com a família."


Simone Vianello Bastazini Aguiar
      Fga. Especialista em Voz - CRFa. 13335
            (14) 9114-3897  

Essa é a minha amiga querida, de looonga data, Simone e o filhote fofo dela, o Caio. 

Obrigada, Si!!!

Bjos. 


 

 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Lidando com as birras

Não vou negar que essa fase do Vince esta sendo muito complicada... Ele chora todas as vezes que é contrariado, se joga para trás, grita. Típico comportamento da birra. 
A criança começa a fazer birra porque não consegue lidar com o sentimento de frustração. A sensação de querer algo que não pode ter, mesmo que esse "algo" seja colocar o dedo na tomada, escalar a estante da sala, etc...
Lidar com essas situações, nessa fae em que ele esta, é muito cansativo, mas, no fundo, é a mesma coisa que deve ser feita para uma criança mais velha.
O primeiro ponto e mais importante é não ceder! Nunca! Never! Jamais!! 
Como o Vince ainda é um bebê, eu simplesmente coloco ele longe da onde ele quer mexer e pronto. 
A criança mais velha tem que saber, desde o primeiro momento, que aquele não é o caminho, que com a birra ele não vai conseguir o que quer, e ainda terá outras perdas, como ir embora do passeio, se a birra foi fora de casa, por exemplo. 
O segundo ponto é mostrar o quanto você esta triste com a situação provocada pela criança. Com o Vince vai na base da atuação: cara de brava quando falo "não!" e cara de triste depois, quando falo com ele. 
Com a criança mais velha, podemos ser ainda mais convincentes, expressando com palavras o quanto ficamos tristes com a sua atitude. 
Temos sempre que ter em mente que, independente do que a criança diga no momento em que esta nervosa, eles amam os pais e querem a aprovação e orgulho deles por seus atos, então, ouvir da mãe e do pai que o que ele fez os magoou realmente pode influenciar em seu comportamento, da próxima vez. 
E por último, eu tento distrair o meu bebê. Como ele ainda não entende o que falamos, eu sempre pego a chupeta ou um brinquedo que ele gosta e o distraio, fazendo com que esqueça a birra. 
Com a criança mais velha, essa é a hora das desculpas. É preciso esperar que a criança venha se desculpar e sempre aceitar as desculpas com um abraço carinhoso, beijos, etc... Enquanto a desculpa não vier, é importante manter o comportamento de "estou triste com você" para que não pareça que você esqueceu o que aconteceu, o que daria uma importância menor ao fato. 
Parece até simples, vendo as coisas escritas aqui, né?! O problema é que é preciso fazer toda essa maratona incontáveis vezes, com o bebê... Chega a ser exaustivo... 
Com a criança mais velha, na maioria das vezes, a birra não é tão frequente, mas é mais intensa, com aquela coisa de se jogar no chão, sapatear, espernear, gritar... Só quem já teve que lidar com uma de verdade, sabe o que estou falando. Mas a atitude dos pais tem que ser sempre a mesma. Mostrar firmeza e decisão. Não é não e ponto. 
Em casa, para tentar sobreviver a essa fase sem me descabelar demais, foi escolher um local seguro pra ficar com o Vince. Escolhi o quarto dele, onde esparramo os brinquedos pelo chão e ele pode engatinhar sem muito risco de se machucar e pode mexer em quase tudo o que diminui muito o número de "nãos" que eu tenho que falar e nós dois acabamos ficando muito mais tranquilos.

 Ter um local seguro em casa, onde você não precise ficar atrás de cada movimento da criança, é uma daquelas pequenas coisas que melhoram muito a sua qualidade de vida com o bebê!
As birras, em maior ou menor grau, sempre irão aparecer, o importante é saber lidar com elas desde o começo. Não adianta gritar ou perder a paciência e o controle na frente da criança, pois isso apenas irá ensiná-la que aquele comportamento é correto, que quando ficamos nervosos, o caminho é gritar, espernear, bater, até conseguir o que quer. A criança é o espelho dos pais, mantenha a calma e o controle diante das situações, que seu filho irá crescer sabendo respeitar as pessoas e as regras. 
Não é fácil, mas vale a pena!! 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A lagarta, o casulo e a borboleta

Hoje eu li de novo aquela frase "nasce um bebe, nasce também uma mãe" e fiquei pensando sobre ela. 
Ela da a sensação de que vc deixou tudo para trás, afinal, nascer significa começar, no caso da mãe, ela esta nascendo naquele momento, junto com o bebe, mas... e a mulher que sempre existiu antes desse bebe nascer? o que aconteceu com ela?
Acredito, muito mais, que vivemos como borboletas. Deixem-me explicar...
Antes do bebe nascer, éramos as lagartas. Crescendo e aprendendo a cuidar de nos mesmas, ganhando responsabilidades, fortalendo corpo e mente para um dia, chegar o momento de cuidar além de si mesma. Cuidar do outro.
Eu e meu marido, na epoca da faculdade, há alguns varios anos atras..

O tempo passa e chega o momento da lagarta entrar no casulo. É a gestação. Nove meses acompanhando as mudanças em nosso corpo, sentindo aquele pequeno ser se desenvolver. Aprendendo, crescendo, amadurecendo como jamais fizemos na vida. Atravessando a maior mudança que pode acontecer na vida de uma mulher.
E essa sou eu no meu casulo de transformação. 

Então, ocorre o nascimento e quando pegamos o nosso bebe nos braços, é uma mistura imensa de sentimentos. Nos sentimos poderosas, como se estivessemos abrindo nossas asas para um novo mundo, mas ao mesmo tempo, ainda inseguras com todas as repercussões que isso tera em nossas vidas. Antes andavamos em terra firme, como lagartas, agora, pertencemos ao céu, com toda sua imensidão, todos os seus misterios, como borboletas.
Mas se olharmos bem de perto, ali entre as asas, o que encontramos? Nada além da boa e velha lagarta. Ou seja, nossa essência, aquela que sempre fomos, aquela que atravessou as dificuldades, que lutou, aprendeu, cresceu e amadureceu ainda esta ali, só esta mais bonita, mais livre, mais madura.
E eu, segurando o pedaço mais colorido da minha vida, quando ele era ainda bem pequenininho.

Então, quando nasce um bebe, não nasce um mãe, não é um começar abrupto, mas sim uma transformação gradual, até abrirem-se as asas dessa mulher, agora mãe - agora borboleta - para todo um céu de novas e maravilhosas experiencias. 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A falta de tempo. É isso mesmo?

Ontem, o Vince chegou da escolinha e só quis brincar. Nada de sonequinhas de 2 horas, nada de jantar, tomar banho e dormir. Ele queria brincar, queria atenção, queria colo. E eu? Eu queria tempo.
O tempo é muito relativo, afinal. Hoje, mais do que nunca, eu acredito que o uso do seu tempo seja realmente uma escolha pessoal. É importante parar um dia e pensar: Quais são as minhas prioridades?
O nosso tempo de vida é limitado, todos sabemos, dificil é tomar consciência real disso. Quando estamos fazendo algo por alguem, mais do que qualquer esforço ou dinheiro, estamos doando nosso limitado tempo. 
Então, você se pergunta? O que eu venho fazendo com o meu bem mais precioso? O que eu tenho feito com o meu tempo?
Eu trabalho em parte dele, então procuro fazer algo que eu gosto muito. Gosto do meu ambiente de trabalho, gosto de atender meus pacientes e gosto de onde trabalho também, não vou negar, porque sempre tenho um tempinho livre, que posso usar pra escrever, aqui, por exemplo, coisa que é impossível de fazer quando estou em casa.
E quando você sai do trabalho, o que faz com o seu "tempo livre"? Tenho certeza que a maioria já começou a listar as coisas que gosta de fazer. Podemos incluir ler um livro, assistir um bom filme, ir ao cinema, preparar um jantar especial, ir a academia, etc, etc, etc...
Ficar com a família, faz parte da sua lista ou você acabou de lembrar agora que eu perguntei?
E quando você " esta com a família" quanto você realmente esta com a família e quanto a família esta cada um no seu celular?
Foram essas perguntas que eu me fiz há algum tempo atras e hoje eu me esforço, não vou dizer que consigo 100%, mas eu realmente me esforço para "estar com a minha família" de verdade.
Eu desligo do celular para assistir Disney Jr e Galinha Pintadinha com o Vince sentado no meu colo. Desligo do celular para sentar no tapete para brincar com ele, desligo do celular para jantar com o meu marido, mesmo que muitas vezes, ele não desligue.
E não adianta dar desculpas: é sobre o trabalho, ou estou conversando com a minha mãe, com o meu pai, com o meu chefe, etc. Você esta ali, com a sua família, mas ao mesmo tempo, não esta.
E eu não cobro ninguem que faça o mesmo. Cada atitude em prol do outro, seja filho, esposa, marido, mãe, pai, etc... tem que ser uma decisão sua, de coração. O precioso tempo é seu, você tem que ter a liberdade de escolher com o que quer gasta-lo.
Quando estou sentada no chão, brincando com o Vince, ou simplesmente impedindo ele de se matar, subindo nas estantes, derrubando as coisas em cima de si próprio, etc... eu muitas vezes sinto vontade de terminar aquele livro que comecei há séculos e ainda não teminei, de mexer no celular e ver o que estão comentando no facebook, de conversar com a minha mãe ou minhas amigas no whatsapp, mas naquele momento, eu escolho doar meu tempo para o meu filho, enquanto ele ainda quer tanto minha atenção. Porque, afinal, esse tempo logo vai passar e ele vai entrar naquela fase individual que vai desde a adolescencia até a maturidade, quando ele tiver o seu próprio filho e perceber o quanto sente falta da mãe também e assim o ciclo vai se repetindo... 
 Por tudo isso, hoje eu acredito  que doar o seu tempo é o maior gesto de amor que você pode fazer a alguem. 

Use it well!!!

sábado, 18 de outubro de 2014

Hora de voltar a trabalhar


Quando eu fiquei gravida, de uma coisa eu  já tinha certeza, eu voltaria a trabalhar quando o Vince tivesse cerca de 4 meses. A retomada da minha rotina foi uma parte muito importante de eu me sentir bem com a maternidade. Minha independência, pessoal e financeira sempre foi muito importante pra mim. 
Pra quem, por escolha ou por necessidade, também vai deixar o filhote, pequenininho aos cuidados de outras pessoas, temos 3 opções. A escolinhas, os avós (ou outros parentes) ou babás.
 Vou deixar a minha opinião sobre cada uma dessas escolhas e as recomendações dadas inclusive pela sociedade brasileira de pediatria.

1) babás: eu acredito que existam ainda famílias em que a babá acompanha pais, filhos e netos, mas isso, hoje em dia, é bastante raro. Eu, particularmente, nunca aceitei bem essa opção, acho que deixar o meu bebezinho com um desconhecido, sozinho, dentro da minha casa, seria algo com o qual eu não conseguiria lidar, mas se essa é a sua opção, as recomendações principais são que você não deixe seu bebe sozinho com a babá desde o primeiro dia, pois a criança tem que ter um tempo para conhecer e se sentir confortável com o estranho então, é recomendado que você conviva com a baba por cerca de 2 ou 3 meses antes de deixa-lo a sós com ela. Conheça seus hábitos, crenças, nível educacional, lembre-se que a criança aprende por imitação. Monitore pelo menos alguns cômodos da casa com câmeras de segurança que possam ser acompanhadas por você via internet (sim, isso faz parte das recomendações da sociedade brasileira de pediatria!). 

2) avós: na verdade, essa opção diz respeito a todos os parentes, mas os avós são os mais comuns nessa função. Bom, a parte de segurança e carinho estão garantidos nessa opção, porem o problema se encontra na dificuldade de interação entre as mães e os parentes que cuidam da criança. Normalmente, os parentes tendem a ser mais permissivos e isso pode gerar conflitos ou situações desconfortáveis na família. A criança criada pelos parentes mais permissivos tende a ser mais manhoso e mais inseguro devido ao apego excessivo que desenvolve com os cuidadores. Não que isso vá durar para vida inteira, na maioria das vezes o que ocorre é um amadurecimento mais tardio, mas que em nada vai atrapalhar seu desempenho escolar mais tarde ou seu sucesso profissional. 

3) escolinha: essa sempre foi a minha opção. A escolinha estimula o desenvolvimento social, neuro-psico-motor e cognitivo da criança. Há um estimulo ordenado, realizado por pessoas treinadas, a criança segue uma rotina pre-estabelecida e na maioria das vezes, tem um aprendizado mais rápido, é mais independente e mais sociável. Mas há os inconvenientes e o principal deles são as infecções que invariavelmente irão acontecer em maior ou menor freqüência, podendo chegar, algumas vezes a nos fazer ter que mudar de estratégia, como ter que retirar a criança da escola, mas esses casos são menos comuns, mas é por isso que é tão importante um acompanhamento rotineiro com o pediatra, principalmente nos primeiros meses de escolinha. 

Esse é o Vinvce na escolinha, tomando mamadeira no colo da "tia Su", a "tia" que ele é mais apegado no berçario. ❤️

O mais importante, porém, é você estar satisfeita com a sua opção, seja ela por escolha sua, ou a sua única opção, tente encarar como uma nova etapa na vida do bebe, que irá proporcionar amadurecimento de ambos, e se for tratado de forma natural por você, será encarado de forma natural pelo bebe também. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Mais ensinamentos com a maternidade

Algumas de vocês devem saber que o Vince estava em investigação de alergia a proteína do leite de vaca (APLV), e devido a isso, fizemos um pouco mais de um mês de exclusão total de leite e ele não apresentou melhora significativa. Houve melhora do refluxo, que era um sintoma importante, mas a tosse e a dermatite persistiram. 
Voltamos no pneumologista na sexta feira passada e ele, diante desses fatos e da historia familiar, principalmente pelo lado do meu marido, muito forte para asma, pensou que talvez o Vince seja mesmo um bebe chiador, uma  dessas crianças que tossem muito e tem chiado no peito frequentes. 
Iniciamos o tratamento dado pelo pneumologista na sexta a noite mesmo e durante o final de semana, ele foi só melhorando. Até que no domingo a noite dormiu super bem, sem tossir nem uma vez! Foi simplesmente maravilhoso, levantar e ir ver ele dormindo tranquilo no bercinho dele. 
Esse é o Vince, dormindo tranquilamente, nas posições mais doidas... Rs

Agora, ele acorda feliz, sorrindo. chega feliz na escolinha, descansado, querendo brincar. É delicioso de ver!
E então, eu me peguei feliz da vida porque meu filho é chiador! Oi? Eu estou feliz porque o meu filho tem uma doença crônica, que vai acompanha-lo a infância inteira, vai faze-lo usar medicação quase continuamente e pode se prolongar por toda vida??? Que espécie de mãe sou eu????
Na verdade, esse foi um grande ensinamento que meu filho me deu.(mais um, pra ser sincera, porque aprendemos com eles todos os dias, não?!)
Eu me lembro de quando estava fazendo minha especialização em pediatria, e eu e minhas colegas, todas na casa dos 20 e poucos anos, com a maternidade ainda sendo uma realidade muito distante de todas nós, conversávamos abismadas que algumas mães pareciam felizes com o diagnostico dos filhos: - e a mãe ficou feliz quando eu falei que a criança estava com pneumonia, vcs acreditam? Dizia uma. E nos todas ficávamos sem entender como isso era possível....
Hoje, eu entendo.
Nenhuma mãe fica feliz que seu filho esteja com pneumonia, nem muito menos que ele seja um bebe chiador. A gente fica feliz de ter um diagnostico. Nesse ultimo mes, eu compreendi muito bem o que é imaginar que seu filho tem uma doença, começar o tratamento, e nada dele melhorar. Você vê que ele esta sofrendo, você esta dando os remédios e ele não melhora e você tem que esperar até o dia do retorno para mudar alguma coisa, quando você queria mudar aquela situação ali, naquele exato momento... Não é nada facil.
Então, te dão outro diagnostico e você acredita nele. Aí você começa a usar a medicação e a criança... melhora!!! Nossa!! É a melhor sensação do mundo!! Saber o que ele tem e tratar para ele ficar bom!!
Hoje, eu entendo.
A cada dia que passa eu percebo quanto meu filho me ajuda a crescer como pessoa e no meu caso, ainda me ajuda a crescer como profissional. Realmente, uma pediatra com filho é diferente de uma pediatra sem filhos. Diferente, não melhor ou pior, mas diferente. 
Hoje eu entendo e tudo graças ao meu Vince. 
São pouco mais de 9 meses, e eu já tenho tanto a agradecer...
Obrigada, filho. 


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

E o bebê ficou dodói


O Vince, essa semana, ficou doente. Ele passou super bem o final de semana e começou a apresentar uma febre baixa na segunda-feira a tarde (38°C). Essa febre evoluiu para um quadro que chamamos de bacteremia, quando há diminuição da perfusão periferica, cianose de extremidades, taquicardia, e respiração irregular, que pode preceder ou vir junto com o aumento da temperatura ( em outras palavras, ele ficou com a respiração bastante cansada, os pés, as mãos e os lábios arroxeados e tremendo bastante). 
Realmente, como a descrição dos sintomas mesmo mostra, não é um quadro muito agradável de ver o seu filho apresentar... Cheguei a coloca-lo no carro para leva-lo para a emergência, mas o quadro recrudesceu no caminho para o hospital e como esse quadro esta muito ligado a infecções bacterianas, mesmo sem achar o foco infeccioso, iniciei o uso de antibiotico via oral.
Naquela tarde, quando eu peguei o Vince na escola, ele já tinha um hemograma programado pra fazer que havia sido solicitado pelo medico dele e eu aproveitei e colhi também outros exames por causa da febre e a noite, quando chequei os resultados, estavam todos normais. 

Essa foto eu tirei no laboratorio, enquanto a gente esperava o raio X ficar pronto. Ele estava com febre, sonolento e irritado... Tadinho... :(

Ele continuou com febre por 3 dias, eu repeti os exames depois de 2 dias, que desta vez mostravam uma reação do organismo a infecção, mas continuamos sem achar o foco. No mais, apesar da febre ele manteve-se sempre brincando, rindo, e se alimentando muito bem. 
Na noite do terceiro dia, ao invés de febre, ele apresentou hipotermia (quando a temperatura fica menor de 36°C), o que na maioria das vezes, principalmente nas crianças abaixo dos 3 anos, tem o mesmo valor da febre, ou seja, é um sinal de infecção, só é mais dificil de lidar.  Para a febre, temos os antitérmicos, mas para a hipotermia, não há medicação. Embrulhei ele nas cobertas, liguei o aquecedor do quarto, e fiquei ao lado dele, esperando melhorar, o que só foi acontecer realmente por volta das 05h da manhã. 
Ele ainda teve outro episódio de hipotermia na manhã do quarto dia e então, finalmente melhorou. Desde ontem esta sem febre e sem hipotermia, esta usando o antibiotico, mantendo sempre o bom estado geral e a boa aceitação alimentar.
Esse é o Vince com 38,5 de febre, de olho no nosso pãozinho. Rsss

O que eu quero ressaltar contando essa experiência pra vocês é que: 
- nem sempre encontramos o foco da infecção, ou conseguimos saber exatamente o que esta acontecendo com o organismo da criança. E isso acontece com o filho de qualquer um, inclusive com o dos médicos e dos pediatras. 
- o que garantiu que o Vince não fosse internado para maior investigação do quadro foi o bom estado geral e a aceitação alimentar. Se ele tivese parado de se alimentar ou tivesse ficado abatido, quieto, era hora de ampliar a investigação. E isso é uma alerta pra todo mundo: mudou o comprtamento, parou de comer, é hora de voltar no médico.
- uso do antibiotico: normalmente não entramos com antibiótico sem achar o foco, ou aguardamos um, dois, até 3 dias de febre para depois pensar em começar o medicamento, então, porque eu fiz diferente? Por causa da bacteremia. Esse quadro feio que eu descrevi pra vocês no começo esta muito ligado a infecção bacteriana.

Resumindo: procure sempre o pronto atendimento, se:
- seu filho apresentar febre alta (>39°C)
- seu filho começar a ficar mais amoado, quieto e se recusar a comer, ou diminuir muito a aceitação alimentar
- seu filho apresentar tremores, pés, mãos ou labios arroxeados ou dificuldade de respiração (respiração irregular, parecer cansado). 

Ter uma criança doente em casa é sempre uma preocupação, mas é preciso ter paciência, dar tempo para o organismo da criança reagir e ficar atento ao aparecimento de novos sintomas ou mudança no quadro geral anterior. E sempre procurar dar conforto, carinho e atenção à criança nesse momento. Quando ela esta doente, não é o dia de corrigir nada, ela pode comer os alimentos que aprecia mais, pode mamar mais do que comer, pode dormir no seu colo, na sua cama, pode ficar de pijama o dia todo, etc... O principal que uma mãe deve fazer é encher a criança de carinho. 
Esse é ele ontem a noite, bem melhor, s febre, sem hipotermia. Graças a Deus!! 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Birras... mas já?!

O Vince esta para completar 9 meses e há quase 1 mês já começou a apresentar aquele comportamento temido por todos os pais: a birra.
A birra acontece por uma dificuldade em lidar com o sentimento de frustração. A criança tem dificuldade em aceitar que não pode satisfazer todas as suas vontades no exato momento em que elas surgem. Aí, ela grita, chora, esperneia, se joga no chão, etc, etc... e faz os pais morrerem de vergonha, ou de raiva, mesmo.
O comportamento da birra é mais comum dos 2 aos 5 anos, mas pode começar antes e se prolongar até uns 8 anos, devido a inúmeros fatores, desde o tipo de ambiente familiar, até as características próprias do desenvolvimento da criança.
No caso de bebes, como o Vince, na maioria das vezes, o choro excessivo, gritado, que chega a doer os ouvidos e irritar profundamente até o coração mais terno de mãe, ocorre devido a dois fatores principais. Ou tem alguma necessidade básica da criança que não esta sendo suprida e nisso, entenda-se principalmente fome ou sono, mas pode ser também uma fralda suja, calor, frio, etc. Ou ele esta simplesmente entediado da atividade ou da rotina. 
O primeiro passo então, é ver se não esta na hora de alimentar ou de colocar pra dormir. O Vince tem uma rotina muito controladinha, ou seja, brincadeira-chorinho-alimentação-brincadeira-chorinho-sono. Ou seja, se ele começa com o chororô, é so se lembrar se ele comeu ou dormiu pela ultima vez, esta na hora do próximo. Normalmente, a birra maior dele é quando esta com sono, e como eu não acostumei ele a dormir no colo de jeito nenhum, é sempre bom ter um carrinho ou um bebe-conforto por perto, quando saimos de casa, porque no colo, é sempre muito pior. Se estamos em casa, é fácil, é por no berço, que ele se ajeita e dorme quase que instantaneamente. 
Agora, se acabou de dormir, ou de comer e começa o choro, tem que tentar distrair a criança, ou seja, caminhar até a janela e mostrar a rua, colocar um desenho, uma musiquinha que ele goste, fazer brincadeiras, dançar com o bebe no colo, etc. vale toda a imaginação dos pais, nessa hora.
Nessa idade, só não vale brigar. A criança não entende que seu comportamento esta errado, e devemos deixar o "Não!" para coisas realmente perigosas, como colocar a mão na tomada, querer pegar uma faca de cima da mesa, etc. Toda vez que tiramos algo da mão deles, ou que eles tentam pegar um objeto e são impedidos, o choro é a reação natural, e reflete o começo da dificuldade em lidar com a frustração, então, se for algo inofensivo, permita, mas se for algo que apresente risco, não pode deixar mexer e pronto. Tire o objeto de perto, diga o Não! e quando começar o chororô tente distraí-lo com outra coisa. 
E não adianta nada dar mil e uma explicações para o bebe e nem tentar falar o Não! cheio de dengo na voz. Os bebes entendem mais a expressão facial e o tom de voz do que as palavras propriamente ditas, então, coloque uma expressão seria no rosto, afaste o objeto e diga Não!. Ele vai chorar, ou (pior!) vai olhar pra você e abrir o sorriso mais lindo do mundo. 
E é nessa hora que a gente se derrete (vou ser sincera que até eu, as vezes, não resisto e sorrio de volta pra ele, é quase irresistivel!!), mas temos que ser fortes, principalmente se a lição a ser aprendida com aquele Não! for importante. Mantenha a expressão seria e leve o bebe para se distrair com outra coisa. 
É... e isso é só o começo... Quem disse que educar seria fácil??


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Noites mal dormidas... E a culpa era minha!

É dificil admitir, mas muitas vezes sufocamos nossos pequenos com tantos cuidados e excesso de zelo. E foi acontecer em casa, apesar de eu reforçar tanto isso para os pais no consultorio... 
Há mais ou menos 2 semanas, o Vince começou a acordar a cada 1 hora ou 1 hora e meia, choramingava e eu tinha que ir lá no qaurto dele, colocava a chupeta na boca e ficava com ele um pouquinho, e ele voltava a dormir. Isso estava acabando com a minha noite e com a dele também. Ele que sempre dormiu bem e acordava com um sorriso no rosto, começou a acordar irritado, bravo, não gostava de ser tirado da cama para ir para escolinha. 

Essa era a cara de poucos amigos... 

Eu achava mil e um motivos para o que estava acontecendo. É a crise dos nove meses que esta chegando, é o leite que nós mudamos, são colicas devido ao leite novo, é o nariz entupido, a tosse... enfim, motivos, eu encontrava de sobra.
Até que, há 2 dias, meu marido me viu trocando ele para dormir e falou espantado: você vai colocar tudo isso de roupa nele? esta calor! 
Bem, eu sou a pessoa mais friorenta do mundo, estou sempre de blusa de frio e nunca, nunquinha, durmo descoberta! 
Mas, nem todo mundo é igual a mim, meu marido estava atordoado, com o body de manga comprida, calça, meia e macacão que eu estava colocando no pequeno. 
então, eu resolvi seguir o conselho dele, troquei o body de manga comprida, por um de manga curta, deixei a calça de lado, colocando apenas a meia e vesti o macacão. coloquei no berço, ajeitei ele debaixo das cobertas, botei a chupeta na boca e ele se virou todo, se livrando das cobertas e embalou no sono.
Eu resisti bravamente a todos meus instintos maternos super-protetores e o deixei lá, descoberto...
E não é que ele dormiu a noite inteirinha!!! Eu acordei umas duas vezes e fui lá ver ele, continuava descoberto, mas ao toque, ele estava quientinho, fazer o que?! não mexi, e ele continuou dormindo. 
Há duas noites que eu deixo ele a vontade pra dormir como ele quiser, as vezes, chego no berço e ele esta com a cara enfiada no cobertorzinho preferido dele, mas dá pra ouvir ele respirando. Minha vontade é ajeitar ele todo de novo, mas eu me controlo e deixo ele dormir na posição que ele quiser. Não é facil, mas é certo. 
Ele já esta com quase 9 meses, consegue se virar na cama, pegar a coberta, tirar a coberta, deitar de barriga pra cima, de lado, de bruços. Chega uma hora que a gente tem mesmo que parar de interferir, mas é como se ele não precisasse mais desses meus cuidados, não é nada fácil ir vendo que ele deu mais um passinho em direção à sua independencia.
Após essas duas noites bem dormidas, ele tem acordado todo alegre, com um sorrisão no rosto, vai todo feliz pra escolinha, e eu também estou bem mais descansada. 
E agora, com a carinha bem mais alegrinha!!
PS- atras dele é a Mel, nossa cachorrinha, dando uma de "papagaio de pirata" pra sair na foto! 

As vezes, as coisas estão dando errado, a gente começa a buscar desculpas pelos nossos próprios erros. duas semanas de noites mal dormidas e a culpa era inteiramente minha. 

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Visitando um recém-nascido

É realmente incrível como a chegada de um bebezinho muda o astral da família inteira, minha prima Andrea, que é seguidora aqui do blog,  teve seu filhote ontem. O Rafinha nasceu forte e saudável e fez uma mobilização de todo mundo da família, querendo fotos e expressando uma alegria que só mesmo esse momento magico pode proporcionar. 
Então, resolvi aproveitar o nascimento do Rafinha pra fazer um post de dicas de visitas à puerpera e ao recém nascido.
Vamos às dicas:

1) Se sua saude não estiver 100%, não vá. 
Pra mim, essa regra é primordial. Se você (ou qualquer outra pessoa que fosse com você visitar o bebê) estiver tossindo, espirrando, com nariz escorrendo, entupido, mesmo que você ache que seja apenas uma alergia: não vá. Os bebes são muito mais vulneráveis a qualquer tipo de doença, e o que pode ser apenas um resfriadinho de nada em um adulto ou em uma criança mais velha pode virar uma pneumonia num bebe recém -nascido. Lembre-se, você vai poder conhecer o bebe depois que melhorar!

2) Não de conselhos.
Eu não disse palpites por que achei que poderia ficar muito rude, mas a ideia é bem essa mesmo! O momento do nascimento, os primeiros dias com o bebe, são períodos de muita insegurança para a mãe. Não vai ajudar em nada você ficar dizendo o que a sua prima, tia, vizinha, amiga ou até mesmo o que você fez nesses dias. Sempre que perceber que a mamãe esta insegura, aconselhe a conversar com um profissional da área. Fale que a insegurança é normal, que todo mundo se sente assim e que ela não deve ter vergonha de perguntar nada no dia da consulta é muito mais válido do que correr o risco de dar algum conselho que não se aplique naquele momento. 
Outro ponto importante é não desanimar a mãe. Se ela comentar que o bebe tem ficado a noite inteira acordado mamando, em nada vai ajudar você dizer: então se prepara que você não vai dormir pelos próximos dois anos! Que tal, ao invés disso, você dizer: mas olha como ele esta grandão! É o seu leite que esta fazendo isso por ele! Você esta sendo uma ótima mãe! Parabéns! 
Com certeza, você vai ter contribuído muito mais!!

3) A higiene pessoal de quem visita o bebe deve ser 100%. 
Você esta chegando da rua, nem prestou atenção aonde colocou as mãos e quer ir pegando o bebezinho? Não pode. Sempre que entrar na casa de alguem que acabou de ter um nenezinho, peça para lavar as mãos. A mãe já vai ficar bem mais segura, caso você faça um carinho no bebe. 
Bebes são muito sensiveis, então, vale aquelas regrinhas básicas de não usar nada que tenha odor muito forte, como cremes, perfumes, etc.
NÂO FUME. Ah, essa é fundamental. Acho que ninguém fumaria durante uma visita a uma recém nascido, mas tem que se lembrar de não fumar nem antes de ir. Se você é fumante inveterado, planeje bem a sua visita. Fume seu cigarro, depois escove os dentes, lave bem o rosto e as mãos e troque de roupa, pelo menos a blusa, pois assim você estará diminuindo as chances do bebe entrar em contato com os poluentes presentes no cigarro. E, de quebra, se você for um parente próximo do bebe, como um avô, uma avó, uma tia, vai te ajudar a parar de fumar! 

4) Cuidado com as fotos.
Ao tirar fotos, não use flash, por que a luz forte incomoda o bebe e pode desperta-lo se estiver dormindo, o que vai atrapalhar a rotina dele e da família. 
Não poste fotos do bebe em redes sociais sem solicitar para a mãe antes e principalmente se a mãe não usar esse tipo de mídia. Se a mãe não tem conta no facebook, provavelmente é porque ela não gosta desse tipo de exposição, então, não poste uma foto do filho dela, principalmente sem autorização. 

5) Não atrapalhe a rotina do bebe.
Nesses primeiros dias, os pais estão se esforçando para "ensinar" ao bebe o que é dia e o que é noite, estão tentando que ele não se acostume no colo, etc... Então, se o bebe estiver dormindo, não fique cutucando o bebe, pegando na mãozinha, fazendo carinho na cabeça. Bebe é para olhar. quanto mais mexe, mais atrapalha a rotina dele. Depois que ele ficar maiorzinho, teremos todo tempo do mundo pra pegar no colo.

6) Dê privacidade.
No momento dos cuidados com o bebe, deixe que a mãe tome conta sozinha, a não ser que ela te chame, peça sua companhia. Muitas mães ainda estão inseguras com os cuidados com o bebe e podem ficar ainda mais constrangidas se tem alguém observando, principalmente se essa pessoa começa a "tentar ajudar", dizendo como ela deve fazer pra trocar as fraldas, como deve passar a pomada, como deve segurar o bebe. Mãe e bebe precisam de um tempo para se entender. Respeite.
No momento da amamentação. Esse é um momento muito delicado. As mamas estão volumosas e doloridas, o bebe tem dificuldade para pegar, a mãe esta estressada com o leite que não desce... São muitos os fatores que podem interferir na amamentação, então, é um momento que a mãe e o bebe precisam de sossego. Nessa hora, o melhor que você pode fazer para ajudar é dar espaço para mãe e bebe se conhecerem, sozinhos. 

7) Seja breve.
Os primeiros dias com o bebe podem ser muito exaustivos, então, não prolongue sua visita. Esse definitivamente nao é o momento de colocar o papo em dia. Lembre-se que as noites na casa do bebe recém nascido estão sendo muito complicadas, pai e mãe tem dormido pouco, e estão cansados. O momento que o bebe dorme, não é a hora de ficar horas batendo papo, é hora de todos descansarem também. 

8) Ofereça ajuda e efetivamente ajude.
Quando for visitar o bebe, seja sincero ao perguntar no que pode ajudar e pense em tudo o que você pode efetivamente ajudar. Que tal ligar antes de ir e perguntar se eles precisam que você aproveite e leve alguma coisa? As vezes, eles teriam que sair só pra comprar um pacotinho de algodão. Você pode ajudar! 
Se te ofereceram um cafezinho, que tal ajudar a tirar a mesa, e ainda lavar sua xicara? Alguem vai ter que fazer isso depois que você for embora.

9) Agende a visita
Parece brincadeira, né?! Como se o bebe tivesse muitos compromissos!! Na verdade, o importante é saber o melhor momento para ir, e nunca chegar de surpresa!! 
Vai ser muito mais tranquila e agradável a sua visita se os pais do bebe puderem se preparar antes e assim evitar que você chegue no meio do banho, da amamentação, ou em qualquer outro momento delicado. 

Mas, acima de tudo isso, quando for visitar um recém-nascido, lembre-se que cuidar do bebezinho, amamentar, dormir muito mal e muito pouco, manter-se alerta e preocupada 24h por dia, tudo isso pode ser extremanete exaustivo, então, aproveite para levar alegria, incentivo e apoio. Presentes são uma gentileza, mas não são indispensáveis. Pequenas ações de carinho, como pegar um copo de água quando a mãe estiver amamentando já fazem um bem enorme!


Eu e a minha prima Andrea poucos dias antes do Vince nascer! Mal sabia ela que seria a próxima!! Rsss



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Quando a saude do pequeno não vai bem

Desde que nos mudamos para São Paulo, a saude do Vince não anda 100%, ele sempre esta com alguma coisa. Tem uma tosse, as vezes seca, as vezes carregada, que o acompanha há meses... Mãe pediatra, sabe como é, né?! Sempre pensa que não deve ser nada, é o clima seco, é uma virose, é a escolinha, mas nunca é nada de mais... Fui dando um xaropinho aqui, outro ali... uma inalação hoje, outra amanhã... mas nada de melhorar de vez.

Então, começou a dermatite. O Vince sempre teve a pele complicada, já apresentou as primeiras brotoejas nas bochechas, logo na maternidade e sempre com dermatite de contato nas dobrinhas e era uma pomadinha aqui, um creminho ali... melhorava por um tempo, mas não desaparecia...


E tem também o refluxo dele, que apareceu antes de completar um mês de vida e, apesar das medicações e do uso do leite anti-refluxo, só melhorou quando engrossamos o leite com mucilon, aos 6 meses ( engrossamos o leite AR!)
Então, eu comecei a juntar todas os sintomas... mas não tinha coragem de mudar o leite do Vince para fazer o teste... Agora que ele estava engordando com o mucilon, que estava adorando a mamadeira e mamando super bem? Mas chegou um ponto que não dava mais pra ficar só tratando os sintomas... a tosse piorou, a dermatite piorou e eu finalmente saí atras de ajuda.
Dizem que santo de casa não faz milagre e vou confessar que não é, realmente, a mesma coisa, você tentar ser a pediatra e a mãe do seu bebe... então, fui eu para o consultorio de um colega.
Comecei contando toda a historia do Vince, quando eu terminei, ele olhou pra mim e disse: do jeito que você colocou a evolução da historia, você já fez a suspeita de APLV, não é mesmo?!
Eu apenas sorri em afirmação. Há muito tempo que eu fiz essa suspeita, mas faltou pulso. Faltou coragem. Faltou ser mais pediatra do que mãe...
E então, foi. Mudamos o leite e estamos em adaptação, eu e ele. E acaba sendo um sofrimento para toda família... e é muito interessante olhar as coisas pelo outro lado. Quantos bebes passaram pelo meu consultorio e eu disse pra mãe: vamos trocar o leite e você volta mês que vem para me contar como ficaram os sintomas. E no mês seguinte a mãe retornava para me contar se a tosse tinha melhorado, as alterações gastro-intestinais, a pele... mas eu nunca parava para pensar nesse hiato de tempo entre a primeira e a segunda consulta. Agora eu estou vivendo ele na pele.
E como é longo e angustiante esse mês!
Cada dia que começa, você pensa que é hoje que os sintomas vão começar a melhorar e cada dia que termina você pensa que vai ser mais uma noite com ele chorando porque o leite novo prendeu o intestino, por que ele tem mais fome porque esta mamando menos, ou que ele vai continuar acordando  a noite toda de tanto que as lesões da pele coçam... e o mês que não passa... meu deus! Só foram 4 dias!!!
Na minha área, quando você é apenas pediatra, você enxerga as coisas por um lado, o lado profissional e quando você se torna mãe, você passa a enxergar as coisas de uma forma mais completa, pois consegue entender os dois lados, o profissional e o maternal.
Mas acima de tudo, é importante frisar que quando algo não esta indo bem, não vale a pena ficar aguardando para ver se vai melhorar sozinho, precisa procurar um pediatra, precisa fazer o que é orientado, mesmo que seja dificil, porque infelizmente, muitas vezes, nós não temos um exame ou remedinho milagroso que resolva o problema de uma hora para outra...
E nesse ínterim, eu me divido entre querer que o diagnostico se confirme, apenas para que ele melhore logo de uma vez, ou querer que os sintomas persistam, para que não seja APLV...E assim vai passando o meu mês de mudanças, com uma dose extra de paciência nas noites mal-dormidas, uma dose extra de muito amor e carinho para enfrentar as dificuldades enfrentadas pelo meu pequeno e uma dose mega extra para enfrentar os dias que passam tão lentamente.


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Estou fazendo tudo errado :(

Hoje, eu vou fazer um post dedicado a uma mãezinha aqui do Blog que vive colocando essa frase nos comentários: eu fiz tudo errado. E sempre vem acompanhado de uma carinha de triste :(
Onde esta o erro em dar colo quando seu filho chora? De deixar dormir nos seus braços, rodeado de amor e segurança? É errado amar demais?
Não. Com certeza, não. O erro pode estar em essa não ser a rotina que você gostaria de estar inserida. 
Não é errado que você deixe o seu filho dormir no seu colo, ou deixe ele mamar no seu peito a noite toda, desde que isso seja prazeroso pra você e não um martírio, não uma realidade da qual você esta cansada e infeliz. 
Quando você esta infeliz com a situação que esta vivendo com o seu bebe, o primeiro passo é ver se você não esta em um quadro de depressão pós-parto. 
A depressão pós-parto é uma doença, física, real e orgânica, não é frescura de mãe e nem necessidade de atenção. Precisa ser tratada com medicamentos e acompanhada pelo obstetra e muitas vezes também pelo psiquiatra. Então, o primeiro passo é conversar com o seu médico sobre os sintomas que você esta tendo.
Descartada essa hipótese, esta na hora de melhorar o convívio com o bebe e com você mesma. 
Tudo que você considera que esta fazendo errado, você pode mudar, basta ter muita paciência, persistencia e muito, muito amor. Mudanças de hábitos nunca são fáceis, e são mais complicados em crianças, por que elas não entendem por que antes podiam fazer uma coisa que agora não podem mais. Nas crianças, as mudanças são impostas e isso, por si só, já as torna mais dificeis. 
Quando você for mudar a rotina da criança, comece com uma coisa de cada vez, por exemplo, se você quer que ela deixe de dormir no seu colo e passe a dormir no berço e também quer tirar a chupeta, primeiro ensine a dormir no berço com a chupeta e mais pra frente, tire a chupeta. Nunca tire tudo de uma vez só, vai ser muito mais sofrido, doloroso e difícil e a chance de você desistir no meio do caminho é muito maior. 
Se o problema é dormir na sua cama, primeiro passe para um berço no seu quarto, depois vá para o outro quarto, e assim por diante. É muito menos difícil ( não digo mais fácil, porque nunca é realmente fácil, mas é menos difícil!).
Depois de decidido o que vai ser mudado primeiro, converse com todo mundo que convive com a  criança no horário da mudança, ou seja, com o pai, com os avós, se morarem na mesma casa, etc... A mudança de hábito vai gerar choro, birras, e muitas noites mal dormidas e se todo mundo não tiver a mesma paciência, não vai dar certo. Procure começar a mudança em dias mais tranquilos, como uma sexta-feira ou um dia de feriado, para que o stress gerado não dificulte ainda mais as coisas.
Antes de começar, vá conversando sobre a mudança com a criança, mesmo que ela não compreenda, isso vai ajudar não somente a ela, mas a você a ir percebendo que o dia programado para a mudança esta chegando e que não é uma coisa abrupta que um dia pode e no outro, não pode mais.
Quando chegar o dia, se encha de paciência e amor. Conforte o seu filho com palavras doces e muito carinho. Não dê coisas materiais, dê amor. Se ele não quiser ficar no berço, erguer os bracinhos para você, seja forte, vá fazendo carinho, conversando com ele. É algo assim: ele chorando e você conversando com ele, com a voz calma e cheia de amor. Mas não ceda. Você esta com ele e mostra que o ama, mas a decisão é sua porque você é o adulto e sabe que esta fazendo o melhor para vocês dois. 
Lembre-se de que serão muitos dias difíceis até ele se acostumar a essa nova rotina. Então, prepare-se antes, não faça nada de uma hora para outra.  E perceba se você esta preparada para a mudança, pense nas consequências, imagine a situação e veja se você realmente esta pronta para enfrenta-la, e só dê início se você se sentir pronta, para não desistir no meio do caminho.
Agora, se você não se sentir preparada para mudar a rotina da criança ainda, mude a sua!!! Não se dedique tanto ao que não tem tanta importância! Pense que o mais importante é o seu bem-estar e o do bebe! 
Se a casa não esta impecável, se o almoço não ficou tão farto e variado, se o cachorro não saiu para dar uma voltinha todas as manhãs, qual o problema? Nenhum!!! Durma um pouco, junto com o bebe, deite na sua cama, com uma roupa confortável, feche a janela e durma. Isso faz uma diferença incrível! Tome um banho, mesmo que com a porta aberta para ouvir se o bebe chorar, enquanto ele dorme. Faça uma chapinha ou arrume os cabelos, na outra sonequinha. Passe um baton, um pouco antes do maridão chegar, ou um rimel, um blush, pra dar uma corzinha... Não consegue ficar com os cabelos soltos? não prenda um rabo-de-cavalo todo desgrenhado, faça uma trança, faça um coque bonito. Não coma só besteiras o dia inteiro, compre frutas e deixe a mão, se possível, picadas, para estar sempre fácil quando bater aquela fominha, ou mesmo aquela vontade de beliscar alguma coisa. 
São pequenas mudanças, que exigem um pouco mais de você, mas só de saber que você esta, de novo, cuidando de você mesma, já nos faz sentir muito melhor! 
Depende de você apenas querer mudar ou realmente mudar!  Não é fácil, mas vale a pena. Ser mãe, cuidar do bebe e cuidar de você mesma, tudo vale a pena!!
Boa sorte pra nós!!!!



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

"Esterilizando" o bebê

Hoje vamos falar de um assunto que já me perguntaram varias vezes nos comentários do blog, sobre a esterilização das coisas do bebe.
Vejo muita gente comprando aparelhos de esterilização dos utensílios do bebe, ficando neurotica de verdade com isso, colocando tudo pra esterilizar varias vezes ao dia, sempre que uma chupeta cai no chão, todas as vezes que o bebe mama, etc... 
Eu entendo que isso reflete o sentimento que toda mãe tem de querer proteger seu filho, de não querer q ele entre em contato com nada que possa estar contaminado, pra evitar que ele fique doente, mas temos que pensar direitinho no funcionamento das coisas, pra não entrarmos nessas neuras!!
Eu nunca utilizei nenhum desses aparelhos, então, fui dar uma pesquisada no assunto. Não encontrei nos livros, nem em artigos, sobre a necessidade de esterilização, e, pensando bem, isso faz muito sentido. Vamos entender.
A chupeta do bebê caiu no chão, esta, teoricamente, contaminada, certo? Você vai lá e coloca a chupeta para esterilizar no seu aparelho, ou mesmo na fervura. Acabado o processo, esta tudo estéril e você vai e retira a chupeta da água fervente ou do seu aparelho esterilizador. Pronto. Acabou a esterilidade da chupeta. 
Independente do que você use para retirar a chupeta do processo de esterilização, seja um utensílio próprio, seja suas próprias mãos, nada disso esta estéril.Para manter tudo esterilizado, você teria que utilizar uma luva estéril e estar paramentada como num centro cirúrgico. Ou seja, você esterilizou apenas para contaminar tudo de novo assim que o processo terminou. 
Socorro!!!! Então, estou dando chupeta contaminada para o meu bebe? 
Sim, mas isso não é ruim.
Muito mais importante do que esterilizar tudo é manter tudo limpo. Higienização é diferente de esterilização. Lavar todos os utensílios do bebê, bicos, chupetas, mamadeiras, mordedores, etc é muito importante e deve ser feito diariamente ou sempre que a criança utilizar.
Mas, não podemos ficar neuróticos. O contato com os germes presentes no ambiente é importante para a formação da imunidade do indivíduo. E quanto mais velho fica o bebe, maior é o seu contato com esses germes. Quando ele só fica no colo, é importante lavar bem tudo que cair no chão, afinal, ele ainda não tem contato com esses germes. 

A partir do momento que ele fica sentadinho e você coloca ele no tapete da sua sala, brincando com os brinquedinhos, ele com certeza vai levar a boca alguma coisa que estava no chão. Isso é a evolução natural e é importante para o desenvolvimento neurológico e motor dele. 

E quando engatinhar, vai encontrar um brinquedo sujo embaixo do armario e colocar na boca. E aí, você pensa, do que vale a chupeta"esterilizada"? 
E vamos nos lembrar que nós também temos que estar limpinhos! Mãos lavadas com agua e sabão, sempre! Porque os pequenos adoram colocar a boca na gente! 
Com tudo isso, o que eu quero dizer é que, para mim, esses aparelhos continuam desnecessários. Se tudo estiver sempre limpo com o bom e velho detergente, você estará prevenindo as principais doenças de transmissão fecal-oral. Mas não estará livre de seu bebe pegar uma "virose", pois esses vírus tem outros meios de chegar até o organismo de seu filho, infelizmente.
Os aparelhos de esterilizar, pra mim, são dessas "neuras" de mãe que eu tento evitar. Para mim, agua e sabão continuam sendo a melhor opção.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A verdade que você acredita

É interesante como, com a maternidade, você descobre algumas forças dentro de você que antes você não conhecia e muito menos acreditava ter. 

Acho que você tem uma convicção tão forte de que precisa fazer o correto que não deixa que nada a tire do seu caminho. E é essa convicção que te faz permanecer forte, mesmo quando são contrarios a sua decisão, mesmo quando você não tenha tanto apoio no que decidiu. Se você esta convencida de que aquilo é o correto e que você esta no caminho certo, nada pode te abalar.

Por isso, agora que estou vivenciando a maternidade na pele, acredito muito mais na força de uma orientação firme e segura, para as gestantes e mães. Acredito no poder de decisão de uma mãe diante de tudo que ela acredita ser melhor para o seu filho. 

Frente a tudo que eu aprendi durante minha formação como pediatra, existem algumas verdades (não tudo, admito) que estão arraigadas em mim e eu simplesmente não permito que ninguém faça diferente, nem me deixo abater pelas reações da criança.

Não vou dizer que sempre é fácil, mas acho que, quando você tem confiança de que esta fazendo o correto, você tem força para persistir

Posso dar um exemplo: essa semana, eu fui dar o almoço para o Vince e ele abriu o maior berreiro. Jogava o corpo para trás na cadeirinha, chorava, trancava a boca. 

Eu sou totalmente contra forçar a criança a comer. Não quer comer, não come. Mas também, não vai ganhar mais nada. Ponto. Tirei da cadeirinha e coloquei no tapete com os brinquedinhos. Ele me olhou, parou de fazer birra, mas continuou chorando.

Eu sabia que ele estava com fome, que se eu desse uma mamadeira, ele ficaria feliz da vida e pararia de chorar e pronto, acabou o problema. Mas o que eu teria ensinado pra ele? Que quando ele não quer uma coisa, é só fazer uma birra, que a mamãe dá o que ele quer. Mas eu não dei. Ele tem que aprender que hora do almoço é hora de comer comidinha, não é hora de mamar. Deixei ele chorando no tapetinho, com os brinquedos dele, por mais uns 40 minutos, aí peguei de novo e fui dar novamente o papá. Ele comeu tudo, bonitinho.


Essa é a verdade que eu acredito. Eu estava convencida de que estava fazendo o correto para o meu bebê, ensinando ele que cada coisa tem o seu horário, que a rotina dele é essa e que não se pode fazer apenas o que quer,  na hora que quer. 

Não é fácil ver seu bebezinho de 8meses  chorando de fome. Não é mesmo! Mas a convicção de fazer o correto te dá forças, te dá coragem. 

A minha mãe, não conseguiu nem falar ao telefone comigo, ouvindo ele chorar, sabendo que era choro de fome. Mas quando você esta carregada de sua certeza de mãe, você passa por cima, inclusive das outras pessoas que já teriam cedido aos caprichos do bebê. 

Por isso, hoje, ainda mais do que antes, eu aredito que uma orientação firme, correta, coerente e verdadeira, ajuda muito a mãe a conseguir dar a educação que ela realmente gostaria a seus filhos. 

Então, lembre-se: você tem que confiar no seu pediatra. Não pode escolher um só porque a sua amiga indicou, ou porque ele fala o que você gostaria de ouvir. Educar não é fácil, assim como orientar a educação não é fácil. Se você confiar no que diz o profissional, vai ter convicção para passar por esses momentos dentro da sua casa. 

Boa sorte pra nós! 


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O pai na relação com o bebê.

Com a chegada do dia dos pais, eu pensei em um post sobre o relacionamento pai-filho. Sempre estamos tão focadas no mamãe-bebê, que esquecemos que há outro membro na família...
Fui, então, falar com o meu marido para saber como ele se sentia em relação à paternidade. 
Eu perguntei:
- amor, como vc se sentiu quando descobrimos que eu estava gravida?
 Ele parou, pensou um pouco e me respondeu: 
- surpreso.
Eu olhei para ele espantada:
 - surpreso??? Depois de 2 anos e meio tentando engravidar?? 

Acho que, naquele momento, consegui entender tudo que um pai passa também.
A mãe sente todas as mudanças, percebe o bebê crescendo a partir do crescimento de sua barriga, sente o bebê se mexer, chutar, mas e o pai?? 
Acho que existem duas imagens que se formam na cabeça de um pai, quando descobrem o sexo do bebê. Uma garotinha de marias-chiquinhas, vestida na sua roupinha de balé cor-de-rosa ou um garotinho com as roupas sujas de terra e uma bola de baixo do braço. Ambas as imagens estão muito distantes do bebê que ele recebe em seus braços no momento do nascimento. 

Assim como a mãe vai aprendendo a amar cada dia mais o seu filhote, o pai também passa por esse processo, mas de uma forma diferente, pois a mãe se sente necessária para o bebê. É dela que o bebê precisa, é em seus braços que ele se sente seguro, é seu cheiro que ele reconhece e é dela que provém seu melhor e muitas vezes, único alimento. O pai permanece ali ao lado, conhecendo o bebê, as vezes mais ativo, as vezes mais distante, cada um ao seu modo. 
Por isso, não se pode cobrar por ajuda, cobrar pela atenção do pai ao bebê. Cuidado com o bebê não é como um afazer doméstico onde a mulher muitas vezes pede uma ajuda ao marido, para tirar um pó, ou lavar uma louça. Cuidado com o bebê exige afeto e dedicação. Exige carinho. O carinho, a ligação entre pai e filho esta se formando e cada pai tem o seu tempo para firmar esse vínculo. É importante que a mãe também respeite o tempo do pai. Quando algo é feito por obrigação ou cobrança, não é feito com carinho e pode atrapalhar no desenvolvimento do tão importante e tão delicado vínculo pai-filho. 
Com o tempo, o próprio pai vai se sentindo cada vez mais à vontade com o bebê, o afeto cresce, e a dedicação aos cuidados com o bebê cresce com ele.
Cada pai expressa o amor pelo filho a seu modo, o importante é ter tempo e espaço para desenvolver e expressar esse amor. A mãe tem que deixar que isso aconteça naturalmente, não forçando, mas também, não inibindo. Quando o pai quiser desenvolver uma atividade ou um cuidado com o bebê, mesmo que você, como mãe, saiba que você realizaria a mesma tarefa, com mais agilidade ou até mesmo, que você imagine que entende melhor o jeito do bebê, como ele gosta que seja feito tal cuidado, dê espaço. Deixe que o pai faça, do jeito dele, apoiando a construção do afeto e da ligação entre o pai e o bebê. 

Com tempo e paciencia se constroi uma relação harmoniosa entre todos os membros da familia, o que é fundamental para o desenvolvimento da criança e como ela será preparada para a vida.