segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A difícil arte de ver o tempo passar

Hoje, depois de comer seu mingauzinho, coloquei meu bebê sentado no sofá ao meu lado, e ele deitou, pegou seu brinquedo de morder favorito e se ajeitou para assistir o desenho. Eu olhei para aquela cena tanto maravilhada, quanto com um aperto no coração. Ele não parecia um bebê, mas sim, uma criança. E foi quando eu me dei conta do quanto o tempo já passou. 

Acho que em nenhuma outra época da vida de uma mulher, ela se dá conta de uma forma tão verdadeira, tão nítida, da passagem do tempo, quanto vendo seu filho crescer. E como crescem rápido, meu deus! E nós meio que nos dividimos entre um sentimento de ansiedade de vê-los adquirir suas habilidades, sentar, engatinhar, andar, falar.... Quanto na ansia de segurar o tempo, de prendê-los em nossos braços, num abraço tão forte, tão apertado, que eles não poderiam escapar, não poderiam crescer...

E quando a gente olha para o tempo que já passou, meses, anos, e se pergunta se aproveitou tudo, se não se ocupou demais e deixou o tempo passar, mesmo sabendo que ele não tem volta, parece que podemos ver a culpa e uma pontada de arrependimento brotar na gente. 
Eu me esforço muito pra não deixar esse tipo de sentimento me dominar. Tento fazer o melhor que eu posso a cada minuto e o mais importante, tento me doar para o meu filho, sempre que estou ao seu lado. Me doar me desligando do restante do mundo, me desligando do celular, das preocupações do trabalho, dos afazeres da casa. Quando sento pra brincar com ele, é pra entrar no seu mundo doce, das musiquinhas que falam dos animais e das fantasias, dos chocalhos, dos mordedores, do incentivo a engatinhar, falar, andar. A gente doa tanto de si, tanto de seu tempo para o mundo, pra internet, pro trabalho, que quando estou com o meu pequeno procuro realmente estar ali com ele, no momento dele, respeitando o tempo dele, por completo. 
Essa entrega, além de ser deliciosa, além de me fazer sentir plena como mãe, ainda minimiza toda culpa que possa vir a surgir, o que por si só, já faz tudo valer a pena. 

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